top of page

As madeiras brasileiras no mobiliário moderno

  • Foto do escritor: Priscilla Roque
    Priscilla Roque
  • 14 de jun. de 2023
  • 9 min de leitura

Ao longo do século XX e início do século XXI, o Brasil foi conhecido por sua vasta riqueza florestal, abrigando uma variedade de espécies de madeiras nobres. Muitas dessas madeiras tornaram-se amplamente utilizadas na indústria moveleira devido às suas características únicas, beleza estética e durabilidade excepcional. No entanto, ao longo do tempo, algumas dessas espécies enfrentaram ameaças de extinção e foram objeto de proibições comerciais.


Uma das madeiras nobres mais emblemáticas da indústria moveleira brasileira é o jacarandá (Dalbergia nigra). Amplamente utilizado durante as décadas de 20 a 60, o jacarandá apresenta uma cor rica, variando de marrom-escuro a preto, e é apreciado por sua textura fina e resistência. Infelizmente, devido à exploração desenfreada, o jacarandá tornou-se uma espécie ameaçada de extinção e seu corte e comércio foram proibidos desde a década de 1970. Sua raridade aumentou seu valor, tornando as peças antigas de jacarandá extremamente valiosas no mercado atual.


Jacarandá (Dalbergia nigra):

  • Características visuais: Cor rica, variando de marrom-escuro a preto, com veios distintos.

  • Características olfativas: Aroma distinto e suave quando trabalhado.

  • Dureza: Madeira dura.

  • Facilidade de trabalho: Apresenta um bom acabamento, mas pode ser difícil de trabalhar devido à sua dureza.


A caviúna (Machaerium scleroxylon) é uma madeira nobre altamente valorizada na indústria moveleira. Reconhecida por sua cor avermelhada a castanha, a caviúna apresenta um brilho natural e uma textura fina, o que a torna uma escolha popular para móveis de qualidade. Durante décadas, a caviúna foi amplamente utilizada na fabricação de móveis de alto padrão, especialmente na década de 1950. No entanto, a exploração descontrolada resultou em sua diminuição e atualmente é protegida por regulamentações que restringem sua extração. Devido à sua beleza e escassez, a caviúna é considerada uma madeira nobre valiosa no mercado.



Caviúna (Machaerium scleroxylon):

  • Características visuais: Cor avermelhada a castanha, com brilho natural e textura fina.

  • Características olfativas: Aroma suave e agradável quando trabalhado.

  • Dureza: Madeira moderadamente dura.

  • Facilidade de trabalho: Fácil de trabalhar devido à sua textura fina e maleabilidade.


O pau-marfim é uma madeira valorizada na indústria moveleira devido às suas características únicas e à sua beleza estética. Sua cor amarelo-claro a castanho-claro, juntamente com sua textura uniforme e veios sutis, confere um aspecto elegante e sofisticado aos móveis fabricados com essa madeira.

Devido à sua dureza média a alta, o pau-marfim é uma escolha popular para móveis que requerem resistência e durabilidade. Essa madeira é capaz de suportar o desgaste diário, garantindo a longevidade das peças de mobiliário. Além disso, o pau-marfim é relativamente fácil de trabalhar, permitindo que os artesãos criem formas e detalhes precisos nos móveis.


Pau-marfim (Balfourodendron riedelianum):

  • Características visuais: O pau-marfim possui uma cor amarelo-claro a castanho-claro, com veios sutis e uma textura uniforme.

  • Características olfativas: Possui um odor suave e agradável quando trabalhado.

  • Dureza: É considerada uma madeira de dureza média a alta.

  • Facilidade de trabalho: O pau-marfim é relativamente fácil de trabalhar, com boa resposta a técnicas de corte, lixamento e acabamento.

Tanto a Perobinha do Campo quanto o Gonçalo Alves são valorizados pela sua beleza natural, durabilidade e resistência. Essas madeiras nobres brasileiras contribuem para a criação de móveis de alta qualidade, com características estéticas distintas, além de fornecerem uma opção sustentável ao serem obtidas de fontes responsáveis e certificadas.


Perobinha do Campo (Aspidosperma spp.):

  • A Perobinha do Campo é uma madeira nativa do Brasil, conhecida por sua coloração avermelhada a castanha, com veios sutis e textura média.

  • Possui uma resistência moderada e é considerada uma madeira durável, capaz de suportar o desgaste diário.

  • É uma madeira relativamente fácil de trabalhar, permitindo a criação de detalhes precisos e formas distintas nos móveis.

  • A Perobinha do Campo é valorizada por sua aparência atraente e versatilidade, sendo utilizada na fabricação de móveis, como mesas, cadeiras, armários e pisos.


Gonçalo Alves (Astronium spp.):

  • O Gonçalo Alves, também conhecido como Muiracatiara, é uma madeira nobre de cor avermelhada a castanha escura, com veios contrastantes e textura média a grossa.

  • É uma madeira extremamente dura e resistente, tornando-a ideal para móveis que requerem alta durabilidade.

  • Apesar de sua dureza, o Gonçalo Alves pode ser trabalhado com ferramentas adequadas, embora possa apresentar desafios devido à sua densidade.

  • O Gonçalo Alves é amplamente utilizado na indústria moveleira para a fabricação de móveis de alta qualidade, bem como em aplicações decorativas, como painéis e revestimentos.


A utilização do pau-ferro (Caesalpinia ferrea) na indústria moveleira remonta às décadas de 20 e 30. O pau-ferro é apreciado por sua cor marrom avermelhada, dureza e resistência ao desgaste. Embora não tenha sido objeto de proibições ou extinção, a demanda por pau-ferro diminuiu nas últimas décadas devido à exploração excessiva e à preferência por outras espécies. Ainda assim, é considerado uma madeira nobre e valiosa no mercado moveleiro.


Pau-ferro (Caesalpinia ferrea):

  • Características visuais: Cor marrom avermelhada, com textura uniforme e veios visíveis.

  • Características olfativas: Poucas características olfativas distintas.

  • Dureza: Madeira dura e resistente.

  • Facilidade de trabalho: Pode ser trabalhado com facilidade, embora sua dureza possa dificultar o corte e o acabamento.


O ipê (Tabebuia spp.) é outra madeira nobre brasileira amplamente utilizada na indústria moveleira nas décadas de 50 a 80. O ipê é valorizado por sua dureza excepcional, resistência à umidade e beleza natural, exibindo tons variados de marrom, amarelo e verde. No entanto, a exploração descontrolada e a degradação do habitat natural levaram a restrições comerciais para proteger sua existência.


Ipê (Tabebuia spp.):

  • Características visuais: Tons variados de marrom, amarelo e verde, com grãos distintos.

  • Características olfativas: Poucas características olfativas distintas.

  • Dureza: Madeira extremamente dura.

  • Facilidade de trabalho: Difícil de trabalhar devido à sua dureza, requerendo ferramentas afiadas e resistentes.


O jatobá (Hymenaea spp.) é uma madeira nobre de tonalidade marrom avermelhada a castanha escura, com veios bem definidos e uma aparência rústica. Reconhecido por sua dureza excepcional e resistência ao desgaste, o jatobá é uma escolha popular para móveis robustos e duráveis. Durante as décadas de 1960 e 1970, o jatobá era amplamente utilizado na fabricação de móveis de qualidade. No entanto, devido à exploração excessiva, a espécie enfrentou restrições e regulamentações para sua preservação. Atualmente, o jatobá é uma madeira valiosa e procurada, com um apelo estético que combina beleza e resistência.


Jatobá (Hymenaea spp.):

  • Características visuais: Cor marrom avermelhada a castanha escura, com veios bem definidos.

  • Características olfativas: Aroma suave e agradável.

  • Dureza: Madeira muito dura e resistente.

  • Facilidade de trabalho: Pode ser trabalhado, embora sua dureza possa dificultar o corte e o acabamento.


O Pinho de Riga é valorizado na indústria moveleira por sua beleza natural, durabilidade e facilidade de trabalho. Sua aparência distintiva e seu caráter rústico conferem um charme especial aos móveis. O Pinho de Riga possui uma cor que varia de amarelo-avermelhado a marrom-avermelhado, com veios e nós distintos. Sua aparência é considerada elegante e rústica ao mesmo tempo, conferindo aos móveis um visual acolhedor e atraente.


Pinho de Riga (Pinus sylvestris)

  • Durabilidade e resistência: O Pinho de Riga é uma madeira de média a alta densidade, o que lhe confere boa resistência e durabilidade. Embora não seja tão duro quanto algumas outras madeiras nobres, possui boa capacidade de suportar o uso diário e a exposição a impactos moderados.

  • Facilidade de trabalho: O Pinho de Riga é considerado uma madeira relativamente fácil de trabalhar. Possui uma textura uniforme e não apresenta dificuldades significativas durante o processo de corte, modelagem e acabamento. Essa facilidade de trabalho torna-a uma escolha popular para artesãos e fabricantes de móveis.


A cabreúva (Myroxylon peruiferum) é uma madeira nobre brasileira conhecida por sua cor castanho-avermelhada, muitas vezes apresentando veios escuros e um brilho natural. A cabreúva possui uma textura uniforme e é apreciada por sua durabilidade e resistência ao desgaste. Durante as décadas de 1960 e 1970, a cabreúva era amplamente utilizada na fabricação de móveis de alta qualidade. No entanto, assim como outras madeiras nobres, a exploração desenfreada levou à sua diminuição e posterior regulação. Devido à sua raridade, a cabreúva é considerada uma madeira nobre valiosa no mercado moveleiro.


Cabreúva (Myroxylon peruiferum):

  • Características visuais: Cor castanho-avermelhada, com textura uniforme e brilho natural.

  • Características olfativas: Aroma suave e agradável quando trabalhado.

  • Dureza: Madeira dura.

  • Facilidade de trabalho: Fácil de trabalhar, com boa resposta a técnicas de acabamento.


A sucupira é uma madeira nobre apreciada na indústria moveleira devido à sua resistência, durabilidade e beleza. Sua aparência elegante e sua capacidade de suportar o desgaste diário a tornam uma escolha popular para móveis de alta qualidade. É utilizada na fabricação de móveis de alta qualidade, como pisos, mesas, cadeiras, armários, entre outros. Sua resistência e beleza estética contribuem para a criação de peças duráveis e visualmente atraentes.


Sucupira (Bowdichia spp.)

  • Características visuais: A Sucupira possui uma cor que varia de marrom a marrom-escuro, com veios e padrões distintivos que conferem uma aparência única e elegante aos móveis.

  • Dureza e resistência: A Sucupira é uma madeira extremamente dura e resistente, sendo classificada como uma das madeiras mais duráveis do Brasil. Essa característica a torna ideal para móveis que requerem resistência e durabilidade.

  • Estabilidade dimensional: A Sucupira é conhecida por sua estabilidade dimensional, ou seja, tem uma tendência mínima de encolher, expandir ou deformar em resposta a mudanças climáticas e umidade, o que a torna uma escolha confiável para móveis.

  • Facilidade de trabalho: Embora seja uma madeira dura, a Sucupira pode ser trabalhada com ferramentas adequadas. No entanto, podem ser necessários equipamentos mais robustos devido à sua densidade.


A imbuia (Ocotea porosa) é uma madeira brasileira conhecida por sua beleza e qualidade, que a tornaram uma madeira nobre ao longo do tempo. É uma madeira versátil, amplamente utilizada na fabricação de móveis de alta qualidade, como mesas, cadeiras, armários, aparadores e estantes. A imbuia tem sido uma madeira nobre ao longo do tempo, especialmente nas décadas de 40 e 50, sendo amplamente utilizada na fabricação de móveis de estilo clássico e retro.

Importante destacar que a imbuia é uma madeira protegida e regulamentada no Brasil, devido à sua extração excessiva e ao risco de escassez. Portanto, é essencial buscar fornecedores responsáveis e certificados que garantam a origem legal e sustentável da madeira. A imbuia continua a ser valorizada na indústria moveleira, tanto por sua beleza estética quanto por sua qualidade duradoura. Ela é apreciada por sua aparência distintiva e é uma escolha popular para aqueles que buscam móveis de alta qualidade e requinte.

  • Aparência estética: A imbuia possui uma aparência elegante e sofisticada, com uma combinação de cores, veios e padrões que a tornam altamente valorizada no mobiliário.

  • Características visuais: A imbuia possui uma cor marrom escura a avermelhada, com veios e padrões distintivos, que variam de sutis a mais evidentes, conferindo-lhe uma aparência única.

  • Durabilidade e resistência: É uma madeira durável e resistente, capaz de suportar o uso diário e o desgaste ao longo do tempo.

  • Estabilidade dimensional: A imbuia é conhecida por sua estabilidade dimensional, o que significa que tem uma tendência mínima de encolher, expandir ou deformar em resposta a mudanças climáticas e umidade.

  • Facilidade de trabalho: É uma madeira relativamente fácil de trabalhar, permitindo que os artesãos criem detalhes precisos e formas elegantes nos móveis.


Outra madeira nobre brasileira é o mogno (Swietenia macrophylla), que ganhou popularidade na indústria moveleira durante as décadas de 60 e 70. Reconhecido por sua cor avermelhada e grãos atraentes, o mogno é altamente valorizado por sua durabilidade e facilidade de trabalhar. No entanto, a exploração descontrolada levou o mogno à beira da extinção e, consequentemente, a proibições comerciais. Atualmente, o comércio de mogno é altamente regulamentado e existem esforços de conservação em vigor para proteger as florestas remanescentes.

Mogno (Swietenia macrophylla):

  • Características visuais: Cor avermelhada, com grãos atraentes e textura fina.

  • Características olfativas: Leve fragrância quando trabalhado.

  • Dureza: Madeira macia a moderadamente dura.

  • Facilidade de trabalho: Fácil de trabalhar devido à sua textura fina e maciez.


O freijó (Cordia spp.) é uma madeira brasileira muito apreciada na indústria moveleira, especialmente no contexto do mobiliário moderno. Essa madeira nobre possui características únicas que a tornam uma escolha popular para a criação de móveis contemporâneos e elegantes. Aqui estão algumas informações sobre o freijó e sua utilização no mobiliário moderno brasileiro:

  • Características visuais: O freijó possui uma coloração que varia de marrom-claro a médio, com veios sutis e grãos finos. Sua textura é geralmente uniforme, o que contribui para uma aparência sofisticada e contemporânea nos móveis.

  • Durabilidade e resistência: O freijó é uma madeira dura e resistente, capaz de suportar o uso diário e o desgaste ao longo do tempo. Sua durabilidade torna-a uma opção viável para a fabricação de móveis que devem resistir ao uso constante.

  • Versatilidade de design: O freijó é valorizado pela sua versatilidade no design de móveis modernos. Sua aparência neutra e elegante permite que se adapte a diferentes estilos e tendências, desde móveis minimalistas e contemporâneos até peças mais arrojadas e criativas.

  • Textura e padrões atraentes: A madeira de freijó possui uma textura fina e uniforme, o que a torna perfeita para a criação de superfícies lisas e detalhes precisos. Além disso, seus veios sutis e grãos finos acrescentam um elemento visual interessante, conferindo um toque de elegância aos móveis.

  • Sustentabilidade: O freijó é uma opção sustentável para a indústria moveleira, pois pode ser obtido de fontes responsáveis e certificadas, garantindo a preservação das florestas tropicais brasileiras.



Nos anos 50 e início de 60, a prática de ebanização era comum na indústria moveleira, especialmente para dar um acabamento sofisticado e elegante às peças de mobiliário. A ebanização é o processo de aplicação de uma camada de tinta ou verniz preto sobre a madeira, imitando a aparência do ébano, uma madeira escura e valiosa. Nessa época, várias madeiras eram utilizadas para receber o acabamento de ebanização. Algumas das madeiras mais populares ebanizadas incluíam:

  1. Mogno (Swietenia spp.): O mogno é uma madeira nobre conhecida por sua coloração avermelhada e grãos atraentes. A ebanização do mogno realçava os detalhes do grão e proporcionava um acabamento elegante e moderno.

  2. Nogueira (Juglans spp.): A nogueira é uma madeira valorizada por sua tonalidade marrom e padrões de grãos ricos. A ebanização da nogueira criava uma aparência dramática e sofisticada, ressaltando seus padrões naturais.

  3. Imbuia (Ocotea porosa): A imbuia é uma madeira brasileira conhecida por sua cor marrom escura e veios distintos. Quando ebanizada, a imbuia oferecia um visual imponente e elegante, com um contraste atraente entre os veios e a tinta preta.

  4. Jacarandá (Dalbergia spp.): O jacarandá é uma madeira valiosa com tons de marrom a preto e grãos distintos. A ebanização do jacarandá realçava sua aparência luxuosa, oferecendo uma superfície lisa e uniforme.

Essas madeiras eram selecionadas por sua aparência naturalmente atraente e pelo potencial de realce através do acabamento de ebanização. A aplicação da camada de tinta preta ou verniz conferia às peças de mobiliário um aspecto sofisticado, com um acabamento suave e brilhante. Atualmente, a prática de ebanização pode ser menos comum, uma vez que se valoriza cada vez mais a beleza e a autenticidade das madeiras naturais. No entanto, as peças de mobiliário ebanizadas das décadas de 50 e 60 ainda são apreciadas como relíquias do design de interiores dessa época, refletindo o estilo e a estética daquela era.

Vale ressaltar que as restrições e regulamentações relacionadas às madeiras nobres mencionadas visam preservar as espécies, proteger o ecossistema florestal e promover a sustentabilidade. A conscientização ambiental tem desempenhado um papel fundamental na indústria moveleira atual, impulsionando a adoção de práticas sustentáveis e o uso de materiais certificados, como madeiras provenientes de reflorestamento.

 
 
 

Comments


Lora Ronco Galeria de mobiliário moderno brasileiro móveis vintage designer originais de época dos anos 50, 60 e 70 assinados
  • Whatsapp
  • Instagram

(11) 99122-7578

@LoraRoncoGaleria

Disponibilidade e valores sob consulta

Fazemos ambientação in loco em São Paulo/SP

Visitação mediante agendamento na Vila Mariana

©2022 por Lora Ronco Galeria

bottom of page